terça-feira, 26 de julho de 2011

Inaugurada Casa do Samba Dona Chica do Pandeiro

No domingo, 24/07, foi inaugurada a primeira das 14 Casas do Samba previstas pelo projeto Pontão de Cultura/Rede do Samba de Roda da Asseba. Na sede da Associação Cultural Coleirinho da Bahia, situada no Distrito da Matinha/Feira de Santana, a partir de agora, funciona a Casa do Samba Dona Chica do Pandeiro.

Em coerência com os princípios defendidos pela Rede, a Casa do Samba Dona Chica do Pandeiro preza pela lembrança e valorização dos mais antigos que, por sua vez, são os principais responsáveis pela transmissão da cultura do samba de roda. 

É importante ressaltar que a preocupação em manter as tradições se materializa, por exemplo, na homenagem feita à Dona Chica, que dá nome ao espaço, ou a Seu Coleirinho da Bahia, que também empresta seu nome à Associação Cultural.
O grupo Quixabeira da Matinha, que antes tinha o Mestre Coleirinho da Bahia à frente, hoje é liderado por Dona Chica, esposa de Seu Coleirinho. Guda, filho dos dois, é o principal articulador do espaço.


Durante a inauguração, alguns representantes da Asseba, Dona Chica e Guda ressaltaram a singularidade da situação, bem como sua importância. As falas convergiam em algumas questões essenciais à existência do projeto como o significado de uma movimentação que busque dar ao samba de roda seu devido lugar no mundo.

“Os atributos culturais do Recôncavo – fundamentais para a formação cultural do país – são valorizados exteriormente, porém, quem vive aqui não defende essa ideia. A intenção do projeto é também modificar essa realidade”, exaltou Góes, representante da Asseba (Associação dos Sambadores e Sambadeiras do Estado da Bahia).

Segundo os organizadores, o que se pretende é a sustentabilidade do Samba de Roda: a importância de fortalecer as Casas do Samba, de estar conectado em Rede; a necessidade de especialização dos mestres sambadores e sambadeiras para que a difusão da cultura aconteça de maneira mais firme, mais consolidada; a transmissão dos conhecimentos através das oficinas; e a expansão da Rede. “Sabemos que o universo do samba é o que ampara o povo do Recôncavo”, concluiu Góes.

Ainda durante a mesa, Luciana Maria Barreto, uma das coordenadoras do Projeto Pontão do Samba trouxe à tona alguns dados sobre a fundação da ASSEBA, os planos previstos para um ano, e sobre a programação prevista para o Dia do Samba, 25 de novembro – dia em que o samba ganhou o título de patrimônio da humanidade.

 
Na programação não faltou espaço para as brincadeiras do Pau de Sebo, Quebra-Pote e do Testamento de Judas consideradas por Guda como fundamentais para a sobrevivência do samba e dos valores locais. 

Depois dos pronunciamentos, Seu João Miúdo, 94 anos, o mais velho entre os presentes, cortou, com o auxílio de Dona Chica, a faixa de inauguração, simbolizando a
  abertura da Casa do Samba Dona Chica do Pandeiro.

Formalizada a inauguração, partiu-se para o samba. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário